O Ministério da Educação (MEC) anunciou nesta terça-feira (18) a anulação de três questões aplicadas na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e solicitou à Polícia Federal (PF) a abertura de um inquérito para apurar suspeita de quebra de confidencialidade.

A decisão ocorreu após a divulgação de uma reportagem que mostrou que, dias antes da aplicação do exame, um universitário que vende cursos na internet havia divulgado questões muito similares às que foram aplicadas.

Edcley Teixeira, que se apresenta como estudante de medicina, exibiu em uma live cinco dias antes do Enem pelo menos cinco itens semelhantes, incluindo uma questão sobre fotossíntese cuja formulação era praticamente a mesma da prova oficial. O ministro da Educação, Camilo Santana, informou que cerca de 40 mil pessoas tiveram acesso à transmissão.

JUSTIFICATIVA E INVESTIGAÇÃO

Em nota, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) confirmou a anulação das três questões com base em informações sobre a montagem do teste e visando garantir a isonomia a todos os quase 5 milhões de candidatos.

O Inep esclareceu que a metodologia do exame exige que os itens sejam pré-testados, e universitários participam desse processo, tendo contato com questões que podem compor o Enem em edições futuras. O ministro Camilo Santana reforçou que os participantes do pré-teste assinam termo de confidencialidade.

Nós acionamos a Polícia Federal para tomar todas as medidas legais, cabíveis em relação a isso”, declarou o ministro, referindo-se à quebra de confidencialidade e eventual ato de má-fé pela divulgação indevida de informações sigilosas.

O universitário envolvido negou qualquer vazamento, afirmando ter elaborado as perguntas por conta própria ao observar o padrão do Enem e ter decorado questões de uma prova de pré-teste da qual participou.

ANTECIPAÇÃO DO GABARITO

Como consequência direta da investigação, o Inep anunciou na noite de terça-feira que irá antecipar a divulgação do gabarito oficial do Enem para esta quarta-feira (19), às 10h (horário de Brasília).